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domingo, setembro 09, 2007

Coisas Estranhas e Bizarras

Steven Seagal - Songs From the Crystal Cave


É dificíl partirmos para uma análise de um qualquer trabalho de Steven Seagal sem um pouco de preconceito. Poucas pessoas devem saber que Seagal é um homem com um currículo enorme, e com grandes ideias activistas, ao contrário do que, por vezes, transparece com o seu ego. Mas será que um homem com tantas ocupações ainda consegue arranjar tempo para contruir um álbum de música. E a resposta até nos pode deixar surpreendido, e começo a duvidar que a voz seja a do próprio Steven Seagal, com uma entoação maior do que outros muitos canta-autores.
Steven Seagal é um péssimo actor, essa é a linha limite, mas de um ponto de vista imparcial não se safa tão mal como músico. De início duvidei do seu talento, e até pensei que fosse um refúgio do seus recentes fracassos junto da 7ª arte. Bem mas ninguém espere alguma revelação, porque álbum mais comum, mais mundano é dificíl encontrar, no entanto bastante fácil de ouvir, e em certos momentos bastante agradável. Custa a crer que uma voz tão fria, áspera e sem emoção
(como transparecia no cinema) podia combinar com músicas country e um pouco de blues. Talvez o calcanhar de Aquiles de Seagal seja mesmo as letras, muito pouco líricas, quase retiradas de momntos Zen de um dos seus filmes. Contudo, musicalmente o álbum é bastante aceitável, sobretudo Music, a terceira faixa do disco. Aqui Seagal volta a empregar um pouco do seu activismo. Aliás Segal consegue ser bem mais emotivo na música do que nos ecrãs, ou mehor emotivo mesmo. É de estranhar por vezes que uma pessoa de tantos talentos tenha tempo ainda mais para os expandir, talvez neste caso Seagal tenha acertado, muito embora a sua música não seja nada de extraordinário, aliás toda ela com algumas excepções poderia funcionar como musica de loja, ou ambiente, enquanto passeamos despercebidos, salvo algumas excepções.
Com bastantes coros, e por vezes misturas de outros géneros musicais, como um pouco de Reggae em Music, ou Soul em Better Man, todas as outras músicas são pouco supreendentes. Girl it's alright e Don't You Cry são as típicas baladas dos anos 50 e 60, e aliás toda a música escrita por Seagal tem um espírito marcadamente saudosista, e clássico.
Seagal não deixa de mostrar alguma técnica com a sua guitarra, mas como se disse não traz nada de novo ou surpreendente. As suas marcxas parecem aliás um pouco de Jimi Hendrix, com Erci Clapton e um pouco de Duane Allman, carregado de Blues, como é exemplo de Route 23, que mais parece Red House de Jimi Hendrix, mas menos tocante, agradável enquanto se janta.
Seria interessante ver qual o potencial de Segal ao vivo e se, de facto, seria capaz de tocar tão bem como o faz em estúdio.
Interessante também é a capacidade de Seagal em misturar géneros musicais. My God introduz um pouco de música tradicional dos índios americanos. Irónico, porque a música trata de questões étnicas e religiosas no qe concerne à supremacia de umas raças sobre outras. Segal também comentou várias vezes, embora infrutíferas por vezes, que gostava que o seu trabalho fosse lembrado com valor, com substância, mas em muitos dos seus filmes falhou, muito porque o seu ego abraça grande parte das questões tratadas nos seus filmes.
Songs from a Crystal Cave é como uma salada de frutas. Lollipop, é uma músicapopular, com misturas de Baha men. Pode-se dizer que Songs From Crystal Cave é tudo menos um álbum coeso, houve necessidade de Segal encontrar o seu género musical, coisa qu ainda não o conseguiu fazer, e experimentando sons que nos parecem frequentemente de outras músicas.
Em Not For Sale há uma introdução de bastante percussão num compasso oriental, influências das viagens de Seagal e dos seus contactos, e dos seus ideiais, talvez por ser um homem que tenta ser mais do que é.
Songs From Crystal Cave é um álbum experimental, e que até consegue surpreender um pouco pela positiva pela qualidade sonora, mas pouco mais. Há uma tentativa de Segal. À semalhança das sua personagens cinematográficas em ser um super-músico, coisa que não consegue, mas surpeende para um homem que tem sempre o mesmo tom de voz irritante. É um álbum eclético, mas tem tudo o que já foi feito de uma maneira quase ilegal, porque tudo parece quase estranhamente familiar.
Via: Music Agaist the Machine