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quinta-feira, julho 12, 2007

Grã-Bretanha Vê Racismo Em Livro de Tintim e Desaconselha Venda


O governo britânico recomendou na quarta-feira que as livrarias de todo o país recolham os exemplares do livro em quadrinhos "Tintim no Congo", com as aventuras do herói belga de Hergé. A Comissão pela Igualdade Racial da Grã-Bretanha (CRE) emitiu a recomendação depois de receber uma reclamação de uma pessoa, que vira o título exposto em uma livraria da rede Borders.
"Tintim no Congo", também editado em português como "Tintim na África", é o segundo de uma série de 23 livros que contam as aventuras de um jovem jornalista chamado Tintim e de seu cachorro Milu. O personagem foi criado pelo belga George Remi, que usa o pseudônimo Hergé, a pronúncia invertida de suas iniciais em francês. A série começou a ser escrita em 1929.
"Seja de qual aspecto se observar, o conteúdo desse livro é flagrantemente racista", disse o órgão britânico em uma nota. "Todas as lojas devem tomar muito cuidado para decidir se vão vendê-lo ou exibi-lo."
A série com as aventuras de Tintim tem um longo histórico de críticas. O criador do personagem foi acusado de ser racista, além de ser fortemente criticado pelas cenas de violência contra os animais na história sobre o Congo.
Os defensores de Hergé dizem que alguns livros de Tintim tomam o partido das populações nativas contra os brancos opressores. Os livros com as aventuras de Tintin, que deixaram de ser escritos em 1976, venderam mais de 200 milhões de exemplares no mundo todo. "Esse livro contém imagens e palavras de um preconceito racial repugnante, em que os 'nativos selvagens' parecem macacos e falam como imbecis", afirma a nota. "Como e por que a livraria Borders acha que não tem problema distribuir material tão racista?" A Borders não respondeu imediatamente às perguntas da Reuters. O jornal do metrô londrino, porém, citou um representante da rede de livrarias afirmando que ia transferir o livro de Tintim para a seção adulta da loja.
- É natural que alguns dos milhares de livros e de seleções musicais que vendemos sejam considerados controversos ou questionáveis, dependendo das opiniões políticas, dos gostos e dos interesses de cada um - disse o representante da livraria ao jornal.
Via: O Globo Online